sábado, novembro 07, 2020

Alfredo Zitarrosa, Adagio en mi País




Visitando o link de uma radio web recebido de um amigo me deparei com essa pérola de Alfredo Zitarrosa, reinterpretada por vários cantores uruguaios em abril deste ano, em meio ao contexto global da pandemia. 

Alfredo Zitarrosa (1936-1989) foi um cantor, compositor, poeta, escritor e jornalista uruguaio considerado uma das maiores vozes da música popular de seu país e de toda a América Latina. 



Com um timbre maravilhoso e estilo de raízes folclóricas, suas canções foram proibidas na Argentina, Chile e Uruguai durante os regimes ditatoriais que governaram esses países, período em que viveu no exílio, retornando ao seu país com a reabertura democrática havida após a Guerra das Malvinas em 1982. 

Em 77 compôs esta canção tão especial chamada Adagio por Mi País, cuja letra pode ser acompanhada aqui:

ADAGIO POR MI PAIS - Alfredo Zitarrosa
En mi país, que tristeza,
La pobreza y el rencor.
Dice mi padre que ya llegará
Desde el fondo del tiempo otro tiempo
Y me dice que el sol brillará
Sobre un pueblo que él sueña
Labrando su verde solar.
En mi país que tristeza,
La pobreza y el rencor.
Tú no pediste la guerra,
Madre tierra, yo lo sé.
Dice mi padre que un solo traidor
Puede con mil valientes;
Él siente que el pueblo, en su inmenso dolor,
Hoy se niega a beber en la fuente
Clara del honor.
Tú no pediste la guerra,
Madre tierra, yo lo sé.
En mi país somos duros:
El futuro lo dirá.
Canta mi pueblo una canción de paz.
Detrás de cada puerta
Está alerta mi pueblo;
Y ya nadie podrá
Silenciar su canción
Y mañana también cantará.
En mi país somos duros:
El futuro lo dirá.
En mi país, que tibieza,
Cuando empieza a amanecer.
Dice mi pueblo que puede leer
En su mano de obrero el destino
Y que no hay adivino ni rey
Que le pueda marcar el camino
Que va a recorrer.
En mi país, que tibieza,
Cuando empieza a amanecer.
En mi país somos miles y miles
De lágrimas y de fusiles,
Un puño y un canto vibrante,
Una llama encendida, un gigante
Que grita: ¡adelante... adelante!

domingo, setembro 06, 2020

Gilwell Reunion 2020, o encontro mundial do Escotismo


Neste chuvoso e frio feriado de 7 de Setembro aproveitei para participar com muito interesse da Gilwell Reunion 2020, encontro global de voluntários do maior movimento educacional do mundo: o Escotismo, fundado por Baden-Powell em 1907.

Tradicionalmente realizado em setembro de cada ano no campo-escola de Gilwell Park, nos arredores de Londres, este encontro é voltado para adultos voluntários, os escotistas, e enfoca o aprimoramento de lideranças, planejamento, troca de idéias e experiências e o congraçamento entre participantes do mundo inteiro. Em 2020, em função da pandemia de Covid-19, pela primeira na sua história foi inteiramente virtual, o que, por um viés positivo, facilitou em muito a participação daqueles que, como eu, dificilmente poderiam deslocar-se dos seus respectivos países para a Inglaterra. 

Entre as cerimônias de abertura e conclusão do encontro foram mais de 80 oficinas virtuais tratando dos mais diversos temas como inclusão, segurança nas atividades escoteiras, comunicação, organização, gestão e planejamento, história, motivação e cuidados durante a pandemia global, técnicas mateiras e até receitas de cozinha em ambiente outdoor apresentadas pela dupla Ed Stafford e Steve Hanton, personagens bem conhecidos dos programas de aventura em canais por assinatura.

Apolítico, inclusivo e multicultural, baseado nos valores da fraternidade, lealdade, cidadania, livre espiritualidade, altruísmo, responsabilidade, igualdade, trabalho social e comunitário e no incondicional amor e proteção à natureza, o Escotismo é o maior movimento educacional do mundo, baseado exclusivamente no trabalho voluntário, sem fins lucrativos e voltado para jovens dos 6 aos 21 anos de idade. 

Precisamos muito mais disso!