Aqui estamos no mundo islâmico: o Irã tem 99% da população muçulmana, sendo 89% shiita e 10% sunita. Como o pais eh uma republica islâmica, com o Ayatollah como líder supremo, as leis locais seguem preceitos do Corão.
Pois lá estávamos nos em Esfahan curtindo a praça Naqsh-e Jahan e tirando umas fotos noturnas belíssimas com os prédios iluminados.. Resolvemos ir até uma casa-de-chá em uma galeria do canto da praça, que soubemos ser legal. Lá os nativos vão para tomar o chá e fumar o qalyan (narguilé) de final de tarde.
Para chegar lah foi uma lenda: nos perdemos diversas vezes no enorme e caótico bazaar (mercado). Enfim, avistamos uma placa em farsi (mas com um desenho de um narguilé, hehehe) e entramos em uma área que parecia um ferro-velho – e, desviando das pilhas de sucata, chegamos a uma porta muito suspeita: era aí mesmo.
Fomos entrando direto, passando por uma ante-sala para chegar à sala enfumaçaada lá do fundão. E foi uma gritaria geral: neste recinto a Luciane não pode entrar!!! Só homens!!! Fomos praticamente empurrados de volta aa sala anterior onde as mulheres poderiam ficar. Bem, então escolhemos a última mesa vazia e nos sentamos, em meio à gargalhada geral das pessoas deste recinto. Ao pedir um qalyan o garçon explicou, em farsi, que não poderia nos dar um neste local – somente eu poderia entrar na outra sala. Alguém traduziu para o inglês para nos, e esta lei entrou em vigor aa apenas 3 dias atrás... ficamos só na vontade... e com uns copos de chá mesmo.
E o ambiente era incrível: luminárias e pequenos lustres antigos amontoados no teto e nas paredes, alguns ligados e outros não, criando um ambiente exótico de ligação entre o passado e o presente, entre a Pérsia antiga e o atual Irã. Entre um gole e outro de chá, aquele ambiente fantástico ia nos conquistando.
Depois desta trapalhada ficamos de papo com alguns nativos – simpatia e hospitalidade persa de sempre. Uma senhora chegou aa nos e deu um broche de prata para a Luciane como símbolo de boas-vindas junto a um sorriso enorme...
E, logo em seguida, chegou um gordinho bem fluente em inglês, puxou papo e disse para mim, meio “suspeitamente” e baixinho:
- Hey man, você deve gostar de coisas muito doidas... hoje aa noite vai ter uma festa de arromba. Vocês são meus convidados. Vai ter drinks aa vontade e tudo mais que imaginares de muito maluco – vai rolar de tudo... Eh seguro, não vai ter policia – se quiserem eu mando um carro executivo busca-los no hotel. Aqui está o número do meu celular e a conta aqui eu já deixei paga para vocês”.
Não entendi bem de que se tratava, mas soh sei que nas leis islâmicas locais as festas com música e dança são proibidas, álcool dá cadeia e drogas dá pena de morte. Pensando bem, achei melhor não arriscar....
Khoda hafez,
Egon
PS.: Mas que essa festa devia ser das boas eu não tinha duvidas... hehehe
PS2: Não, não fui mesmo!!!"
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(*) EGON FILTER é fotógrafo e correspondente exclusivo do Terra Australis. Tem suas imagens disponibilizados no site Images do Share
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