sábado, outubro 12, 2013

Fotografia: Dois ensaios viajantes - Fronteira Mirim e Viagem pela Linha Invisível

Arroio Chuí, fronteira entre Brasil e Uruguai. Foto: Marco A. F.
Faz tempo que estou para indicar aqui no blog dois ensaios fotográficos muito interessantes sobre duas viagens um tanto fora dos roteiros convencionais, no extremo meridional do Brasil, desconhecidos dos próprios gaúchos.

O primeiro é a expedição fotográfica Viagem pela Linha Invisível, dos jornalistas Marco A. F. e Eduardo Veras, que acompanharam por terra o curso do Rio Uruguai, fronteira entre Brasil, Argentina e Uruguai, desde o município de Derrubadas no norte do Rio Grande do Sul até a foz do Arroio Chuí, junto ao oceano Atlântico.

No melhor estilo road movie os autores tecem comentários curtos e reflexões ao longo dos 3 mil quilômetros do trajeto percorrido entre 8 e 21 de julho deste ano, em pleno inverno sulista. As poucos vão registrando impressões e sentimentos sobre a paisagem pampeana e os personagens encontrados pelo caminho, com fotos de Marco A. F. e texto de Eduardo Veras.

Foto: Marco A. F.
Marco foi aluno de Veras, que o convidou para participar do projeto de descoberta, com o mínimo de informações sobre os locais por onde iriam passar, de forma a registrar em imagens e textos a impressão bruta dos cenários e personagens que encontrassem na viagem. O resultado da expedição deverá resultar em uma exposição e livro fotográfico previstos para o início de 2014, com financiamento do Fundo de Apoio à Cultura.

A minha segunda indicação é o projeto Fronteira Mirim, dos fotógrafos - Ana Mendes, Marcella Marer e João Roberto Ripper, este último o fundador da Escola de Fotógrafos Populares, no Complexo da Maré, Rio de Janeiro.

Os três fotógrafos passaram 22 dias explorando a região da Lagoa Mirim, na divisa do Brasil com o Uruguai, tendo como enfoque principal nas comunidades de pescadores artesanais do distrito de Santa Isabel do Sul, no município de Arroio Grande, e de Vila do Porto, um bairro da pequena Santa Vitória do Palmar. O talento dos fotógrafos que imergiram no modo de vida local resultou em imagens p&b e coloridas de grande beleza e sensibilidade.

- A identidade gaúcha que povoa o imaginário é o pampa, o cavalho. Mas há muita água doce e salobra no Estado. Na Lagoa Mirim, onde passa a fronteira com o Uruguai, encontramos um tipo de gaúcho que vive nas águas e anda de barco. E também vimos o quanto eles estão cercados pela destruição ambiental - registrou Ana Mendes para o Jornal Zero Hora.

Foto: Ana Mendes
Foto: Ana Mendes

Veja mais fotos do projeto Fronteira Mirim AQUI.


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