A enchente de 1941 foi a maior registrada na história de Porto Alegre e motivou uma série de obras para proteger a cidade de novas cheias. A mais polêmica é um portento de concreto que rompeu a secular relação da cidade com o Guaíba e seus navegantes, mais conhecido como "O Muro da Avenida Mauá".
A minha geração cresceu sem ver o rio desde o centro da cidade, (mal) acostumada a ignorá-lo e associando-o a perigo e poluição, privada de um verdadeiro paraíso natural debaixo do seu prório nariz.
Todavia algo mais acontece por trás do Muro quando a cada final de semana uma frota de pequenas embarcações singra o Guaíba em todas as direções, preservando antigas tradições náuticas e resgatando as relações da cidade com o rio que a originou.Sim, há vida além do Muro. E muita. Basta ter olhos e curiosidade para descobrí-la!
O Yaramar é um elegante veleiro de madeira construído em 1946 , o mais antigo em atividade no Rio Guaíba e excepcionalmente conservado. A imagem acima foi captada em uma tarde de final do verão de 2008 a partir de outro veleiro em movimento. Arquivo .raw, lente zoom 100-300 mm, ISO 200, 1/640 e f/9,0.
A foto acima transmite bem o espírito da navegação de cruzeiro, não competitiva, onde o que vale é a integração à natureza e estar longe do stress urbano. O local é a Ilha Chico Manoel com Porto Alegre ao fundo e foi captada em arquivo Jpeg, 7,3 mm, exposição 15 s e f/2,8. O veleiro em primeiro plano aparece levemente desfocado em função do balanço na água. As cores são originais e não foi feito qualquer tratamento na imagem.
Abaixo o veleiro Tanics em um ventoso final de tarde de outubro tendo ao fundo o morro da Ponta Grossa (145 m), um dos bairros de Porto Alegre.
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