domingo, dezembro 28, 2014

Familia Rodante rumo Chile 6: Uruguaiana a Santa Fé. De novo a Policia Caminera


A chuva forte da madrugada trouxe as primeiras emoções da viagem ao inundar a estrada.
Uruguaiana.
Fonte: Wikipedia.


Trecho: 490 Km
Total da viagem: 1130 Km

A chuva forte da madrugada deixou estragos na região e o primeiro deles encontramos justo no meio caminho de volta entre o camping e o centro urbano de Uruguaiana, servindo para animar um pouco a tripulação já no início da jornada.

Vejam aí!





Antes de atravessar a fronteira fomos recebidos pelos amigos Luciano, Débora e Artur, para um delicioso almoço, para nós parada mais do que obrigatória quando de passagem pela região da fronteira!

O amigo Luciano Brites se esmerou na cozinha!



NA FRONTEIRA BRASIL-ARGENTINA

Os trâmites fronteiriços foram rápidos pois as aduanas brasileira e argentina funcionam de forma integrada logo depois da ponte internacional, em Paso de los Libres, bastando a apresentação de carteira de identidade ou passaporte, documentos do carro, seguro Carta Verde e autorização de viagem com menores caso ambos os pais não estejam presentes. Não é preciso habilitação internacional de motorista para viajar nos países do Mercosul.

Caso ainda não esteja com os acessórios veiculares obrigatórios para a Argentina - veja o post Família Rodante rumo Chile 3: De carro no Cone Sul - logo depois da ponte há um posto YPF conveniado com o ACA - Automóvil Club Argentino, onde podem ser adquiridos, assim como guias e mapas rodoviários.

Embora nas fronteiras não se costume encontrar câmbio com boa cotação, na rodoviária de Uruguaiana compramos alguns pesos argentinos para fazer frente à despesas imediatas de alimentação, abastecimento e pedágios.

Despedindo-se do Brasil...

...rumo à Argentina pela ponte internacional de Uruguaiana-Paso de los Libres.

OUTRA VEZ A POLICIA CAMINERA DE ENTRE RÍOS

Tomamos a Ruta 14 para Santa Fe e o tempo foi melhorando aos poucos.

No trajeto de 490 Km fomos parados duas vezes pela Policia Caminera de Entre Ríos, sendo que na primeira, apenas 100 Km depois de Paso de los Libres e fazendo jus à péssima reputação internacionalmente conhecida, já nos pediram a famigerada "coima".

Fomos parados em um pequeno posto de estrada e depois de fiscalizarem a habilitação de motorista e os documentos do carro, entre sorrisos amarelos dois policiais pediram uma "contribuição" para o conserto da bomba de água do posto policial.

Nos 6.387 Km da nossa viagem, boa parte na Argentina, apesar de muitas fiscalizações, foi a única vez que passamos pelo constrangimento de sermos extorquidos pela autoridade policial e, como sempre, em Entre Ríos, na Ruta 14 e no trecho entre Uruguaiana e Paraná.

A primeira vez que passei por esta foi em 1982, no posto de controle de Paraná, antes de cruzar o rio para Santa Fé, quando viajando de férias com meus pais e irmã os policiais nos obrigaram a esvaziar o carro e o trailer procurando sabe-se lá o que com um casal estrangeiro e dois filhos menores. Como meio extremo de pressão pela "coima", lá pelas tantos me levaram para dentro do posto policial para verificar se eu, então com 16 anos, estava sendo procurado pela polícia argentina. Imaginem o stresse pelo qual nós todos passamos.

Trinta e três anos depois os métodos de extorsão policial aliviaram na forma mas no seu conteúdo e finalidade ainda constituem a mesmíssima violência injustificável e arbitrária do Estado contra o indivíduo, especialmente na condição de turista estrangeiro em férias com a família.

Com tanta publicidade dada ao tema e sendo um problema expressamente assumido pela Argentina por meio do seu Consulado Geral em Porto Alegre, causa espanto que ainda não tenham sido tomadas medidas institucionais, inclusive diplomáticas, para erradicação de vez do prolema, especialmente com o afastamento dos indivíduos que tanto envergonham o seus colegas de farda.

Será que algum dia esta vergonha escancarada terá fim?

Ficam o registro, o protesto e o desabafo. De novo.

Uma das tantas paradas para "visita" estratégica aos acostamentos rodoviários. Depois do "achaque" da Policia Caminera de Entre Ríos o céu azulou e não fomos mais abordados com este intuito até o final da viagem.

Passado o incômodo com a autoridade constituída e tendo o GPS como guia, às 23h30 chegamos ao Hostel San Martín, no centro de Santa Fé.


DICAS:

CÂMBIO - Atualmente existe na Argentina um câmbio paralelo para o dólar, chamado de "callejero" ou "de la calle", com uma cotação muitíssimo melhor do que a dos bancos e casas de câmbio. Enquanto pela cotação oficial 1 dólar comprava 8,5 pesos argentinos em janeiro deste ano, o câmbio paralelo pagava até 13 ou 14 pesos, ou seja, mais de 50% de acréscimo. Em outras palavras, no atual cenário econômico argentino é bastante vantajoso utilizar dólares ao invés de cartões de crédito ou de débito, os quais ainda são onerados com 6% de IOF no momento do pagamento no Brasil.

Post João Paulo

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