quinta-feira, janeiro 20, 2011

Montanhismo: A Declaração do Tirol - Ética, segurança e boas práticas na escalada e atividades outdoor

Cerro Aconcágua. Acampamento Cambio de Pendiente. Foto: João Paulo Lucena
O recente acidente fatal com Bernardo Collares no Cerro Fitz Roy, Argentina, trouxe à baila a discussão sobre os riscos inerentes à escalada e o suposto "direito" do escalador a um resgate obrigatório.

Não é bem assim...

A prática do montanhismo, ao contrário do que muitos podem pensar, não se resume unicamente à escaladas em gelo e rocha mas também engloba todas as atividades ao ar livre a ele relacionadas e praticadas em ambiente de montanha, não necessariamente em grandes altitudes.

Aconcágua. Acampamento Confluencia. Foto: João Paulo Lucena
Como exemplo podem ser citados o camping, o trekking, o ski, o canionismo, o snowboard, o paraglider, basejump e inúmeras outras.

O que importa é que, de forma geral, as atividades ao ar livre, comumente chamadas de outdoor, podem se revestir de determinados riscos, em especial quando praticadas em áreas remotas e de difícil acesso. Nestes casos o praticante estará exposto a tais riscos por vontade própria e deverá estar ciente que, em caso de necessidade, o socorro poderá demorar a chegar, chegar tarde demais ou, ainda, sequer existir.

Eventualmente acidentes ocorrem e pelos mais variados motivos. Falha dos praticantes, do material, reviravoltas no clima e tantas outras...

Além das óbvias e indesejáveis consequências humanas de um acidente grave, no seu rastro chegam também os frutos da repercussão junto ao público e às autoridades. Alguns de caráter positivo como o incremento da conscientização e prevenção de riscos, outros negativos como a exacerbação do caráter paternalista das autoridades ao restringir ou mesmo proibir a prática de certas atividades e acesso a determinados locais de prática.

Em outras palavras, seria o mesmo que proibir a escalada nas montanhas onde uma vez houveram acidentes graves ou fatais... Imaginem isto no Aconcágua, em El Cápitan, no McKinley, no Everest ou, para referir algo em nossa casa, nas vias da cidade do Rio de Janeiro.


Yosemite National Park - EUA. Foto: João Paulo Lucena

Tal raciocínio tolhe de plano a intrínseca liberdade do homem de locomover-se em áreas naturais e de suprir a sua inexorável vontade de superar limites e explorar os mais recôndidos recantos do planeta.

Para tanto, cada qual tem seus motivos e até hoje ainda não apareceu explicação de todo racional para a prática de atividades reconhecidamente de risco como fonte de satisfação e prazer do ser humano...
 
No que se refere à escalada e atividades afins, em foi aprovada a Declaração do Tirol sobre a Melhor Prática em Esportes de Montanha (The Tyrol Declaration), resultado da Conferência sobre o Futuro dos Esportes de Montanha em Innsbruck, em 8 de setembro de 2002.

Cerro Pequeña Ilusión, Bolívia.
Foto: João Paulo Lucena
E é a primeira diretriz da Declaração justamente aquela que trata sobre a responsabilidade pessoal e reconhecimento de riscos pelo praticante do montanhismo:

"Artigo 1 - Responsabilidade Individual - Montanhistas e escaladores praticam seus esportes em situações nas quais há risco de acidentes e em que a ajuda externa pode não estar disponível. Com isso em mente, eles se dedicam a essas atividades sob sua própria responsabilidade, sendo de sua conta sua própria segurança. As ações de um indivíduo não devem expor a perigo nem o próximo, nem o meio ambiente."

Ao que complementa o seu Artigo 6 - Emergências, Morbidez e Morte:
 
"Para estarem preparados para emergências e situações envolvendo acidentes sérios e morte, todos os praticantes de esportes de montanha devem entender claramente os riscos e perigos e a necessidade de se ter habilidades, conhecimentos e equipamentos adequados. Todos os praticantes precisam estar prontos para ajudar os outros no caso de uma emergência ou acidente, e também estar preparados para encarar as conseqüências de uma tragédia."

Embora não constitua uma norma de caráter cogente, de aplicação obrigatória, a Declaração do Tirol é composta por um conjunto de princíos e recomendações, servindo como baliza de orientação para o meio montanhista, representando o pensamento predominante no mundo de como deve ser o comportamento e o que se espera daquele que pratica o montanhismo ou qualquer uma das suas variações.

Recomendações sobre a prática responsável da atividade, mínimo impacto na natureza, reconhecimento de riscos, respeito às culturas locais, princípios éticos, acidentes e resgates são apenas alguns dos pontos abrangidos pela Declaração.

Vale conferir, divulgar e também aproveitar suas diretrizes quando da prática de qualquer espécie de atividade junto à natureza, envolvendo ou não riscos à vida e à saúde. Seguem as máximas da Declaração do Tirol de 2002:


* - * - * - * - *


DECLARAÇÃO DO TIROL SOBRE A MELHOR PRÁTICA EM ESPORTES DE MONTANHA (The Tyrol Declaration)

Conferência sobre o Futuro dos Esportes de Montanha - Innsbruck, Áustria - 08/09/2002


As Máximas e as Diretrizes da Declaração do Tirol:

Artigo 1 – Responsabilidade Individual

MÁXIMA

Montanhistas e escaladores praticam seus esportes em situações nas quais há risco de acidentes e em que a ajuda externa pode não estar disponível. Com isso em mente, eles se dedicam a essas atividades sob sua própria responsabilidade, sendo de sua conta sua própria segurança. As ações de um indivíduo não devem expor a perigo nem o próximo, nem o meio ambiente.

1. Nós escolhemos nossas metas de acordo com nossas reais habilidades ou com as da equipe e de acordo com as condições na montanha. Desistir da escalada deve ser uma opção válida.

2. Nós nos asseguramos de que temos o treinamento adequado para nosso objetivo, de que planejamos nossa escalada ou caminhada cuidadosamente, tendo providenciado as preparações necessárias.

3. Nós nos asseguramos de que estamos equipados apropriadamente em cada excursão e que sabemos como usar o equipamento.

Artigo 2 – Espírito de Equipe

MÁXIMA

Membros de uma equipe devem estar dispostos a fazer concessões para equilibrar os interesses e habilidades de todo o grupo.

1. Cada membro da equipe deve estimar seus companheiros de equipe e deve assumir responsabilidade pela segurança deles.

2. Nenhum membro de equipe deve ser deixado sozinho se isso colocar em risco seu bem-estar.

Artigo 3 – Comunidade de Escalada & Montanhismo

MÁXIMA

Nós devemos a todas as pessoas que encontramos nas montanhas ou nas rochas uma porção igual de respeito. Mesmo em condições isoladas e em situações estressantes, nós não devemos nos esquecer de tratar os outros da maneira como queremos que nos tratem.

1. Nós fazemos tudo o que podemos para não expor os outros a perigo e nós avisamos os outros sobre perigos em potencial.

2. Nós asseguramos que ninguém seja discriminado.

3. Como visitantes, nós respeitamos as regras locais.

4. Nós não atrapalhamos ou perturbamos os outros mais do que o necessário. Nós damos passagem a grupos mais velozes. Nós não ocupamos vias que outros estejam aguardando para fazer.

5. Nossos relatórios de escaladas refletem com veracidade os eventos reais em detalhe.

Artigo 4 – Visitando Países Estrangeiros

MÁXIMA

Como convidados em culturas estrangeiras, nós devemos sempre nos comportar de forma educada e com comedimento em relação aos nativos – nossos anfitriões. Nós vamos respeitar montanhas sagradas e outros lugares sagrados, ao mesmo tempo em que buscaremos beneficiar e ajudar a economia local e os nativos. Compreensão de culturas estrangeiras é parte de uma experiência completa de escalada.

1. Sempre trate as pessoas do país anfitrião com simpatia, tolerância e respeito.

2. Cumpra estritamente qualquer regulamento de escalada implementado pelo país anfitrião.

3. É aconselhável ler sobre a história, sociedade, estrutura política, arte e religião do país a ser visitado antes de embarcar na viagem para melhorar nosso entendimento sobre suas pessoas e seu ambiente. No caso de incerteza política, busque conselho oficial.

4. É sábio desenvolver algumas habilidades básicas na língua do país anfitrião: formas de saudação, por favor e obrigado, dias da semana, hora, números etc. É sempre impressionante ver como esse investimento tão pequeno melhora a qualidade da comunicação. Dessa forma, nós contribuímos para o entendimento entre as culturas.

5. Nunca deixe passar uma oportunidade de compartilhar suas habilidades de escalada com locais interessados. Expedições conjuntas com escaladores nativos são o melhor cenário para troca de experiências.

6. Nós evitamos a todo custo ofender os sentimentos religiosos de nossos anfitriões. Por exemplo, nós não devemos mostrar pele descoberta em lugares em que isso seja inaceitável por razões religiosas ou sociais. Se algumas expressões de outras religiões estão além de nossa compreensão, nós somos tolerantes e evitamos julgar.

7. Nós damos toda assistência possível a habitantes locais em necessidade. Um médico de expedição está sempre em posição de fazer uma diferença decisiva na vida de uma pessoa extremamente doente.

8. Para beneficiar economicamente as comunidades de montanha, nós compramos produtos regionais, se viável, e nos valemos dos serviços locais.

9. Nós somos encorajados a assistir comunidades de montanha iniciando e sustentando empreendimentos que favoreçam o desenvolvimento sustentável, como por exemplo os serviços de treinamento e educação ou iniciativas econômicas ecologicamente compatíveis.

Artigo 5 – Responsabilidades de Guias de Montanha e outros Líderes

MÁXIMA

Cada guia de montanha profissional, líder e membro de grupo deve entender seu respectivo papel e respeitar as liberdades e direitos de outros grupos e indivíduos. Para serem guias preparados, líderes e membros de grupos devem entender as demandas, os perigos e os riscos do objetivo, ter as habilidades necessárias, experiência e equipamento adequado, e checar o tempo e outras condições.

1. O guia ou líder informa o cliente ou o grupo sobre o risco inerente em uma escalada e sobre o nível real de perigo, e, se os participantes têm experiência suficiente, envolve-os no processo de tomada de decisão.

2. A via selecionada deve estar adequada à habilidade e à experiência do cliente ou do grupo de maneira a assegurar que a experiência seja agradável e enriquecedora.

3. Se necessário, o guia ou líder reconhece o limite de sua própria habilidade e, quando apropriado, indica colegas mais capazes para os clientes ou grupos. É responsabilidade dos muito grande e se o retorno ou opções alternativas devem ser seguidas.

4. Em circunstâncias como escaladas extremas e ascensões em alta montanha, guias e líderes devem informar com cuidado seus clientes e grupos para se certificarem de que todo mundo está totalmente alertado sobre os limites de suporte que guias e líderes podem prover.

5. Guias locais informam a colegas visitantes sobre as particularidades características de sua área e sobre as condições atuais.

Artigo 6 – Emergências, Morbidez e Morte

MÁXIMA

Para estarem preparados para emergências e situações envolvendo acidentes sérios e morte, todos os praticantes de esportes de montanha devem entender claramente os riscos e perigos e a necessidade de se ter habilidades, conhecimentos e equipamentos adequados. Todos os praticantes precisam estar prontos para ajudar os outros no caso de uma emergência ou acidente, e também estar preparados para encarar as conseqüências de uma tragédia.

1. O socorro a alguém em apuros tem absoluta prioridade sobre atingir objetivos que estipulamos para nós mesmos nas montanhas. Salvar uma vida ou reduzir o dano à saúde de uma pessoa ferida é muito mais valoroso do que a mais difícil de todas as conquistas.

2. Numa emergência, se ajuda externa não está disponível e nós estamos em posição de ajudar, devemos estar preparados para dar todo o suporte que podemos às pessoas em apuros, desde que seja viável sem nos expor ao perigo.

3. Deve ser proporcionado a quem esteja seriamente ferido ou moribundo todo conforto possível, bem como lhe deve ser oferecido suporte de preservação de vida.

4. Em uma área remota, se não for possível recuperar o corpo, deve ser registrada a localização da forma mais precisa possível, bem como quaisquer indicações da identidade do morto.

5. Objetos como câmera, diário, notebook, fotos, cartas e outros artefatos pessoais devem ser guardados e entregues aos familiares.

6. Sob nenhuma circunstância podem ser publicadas fotos do morto sem o consentimento prévio da família.

Artigo 7 – Acesso e Conservação

MÁXIMA

Nós acreditamos que a liberdade de acesso a montanhas e paredes de maneira responsável é um direito fundamental. Nós devemos sempre praticar nossas atividades de uma forma ambientalmente sensível e devemos ser proativos na preservação da natureza. Nós respeitamos restrições a acesso e regulamentos acordados entre escaladores e organizações de conservação de natureza e autoridades.

1. Nós respeitamos as medidas de preservação de ambientes de parede e montanha e da vida selvagem que eles sustentam, e nós encorajamos nossos companheiros escaladores a fazer o mesmo. Evitando fazer barulho, nós nos esforçamos na redução da perturbação da vida selvagem ao mínimo.

2. Se possível, nós nos locomovemos para nossos destinos usando transporte público ou outros transportes coletivos para minimizar o tráfico nas estradas.

3. Para evitar erosão e não perturbar a vida selvagem, nós permanecemos nas trilhas durante aproximações e descidas e, quando fora da trilha, escolhemos a rota menos agressiva ao ambiente.

4. Durante os períodos de acasalamento e nidificação de espécies que habitam as montanhas, nós respeitamos restrições sazonais de acesso. Logo que tomamos ciência de qualquer atividade de acasalamento, nós devemos passar adiante essa informação para outros escaladores e assegurar que eles fiquem fora da área de nidificação.

5. Durante conquistas, nós tomamos o cuidado de não ameaçar o biótopo de espécies raras de plantas e animais. Ao equipar ou reequipar vias, nós devemos tomar todas as precauções para minimizar seu impacto ambiental.

6. As conseqüências da popularização de áreas através de retrogrampeação devem ser cuidadosamente consideradas. O aumento de números pode causar problemas de acesso.

7. Nós minimizamos o dano à rocha por meio da utilização da técnica de proteção menos prejudicial.

8. Nós não apenas carregamos nosso próprio lixo de volta para a civilização, como também catamos qualquer detrito deixado por outros.

9. Na ausência de instalações sanitárias, nós mantemos uma distância adequada de casas, locais de acampamento, córregos, rios e lagos durante a defecação e tomamos todas as medidas necessárias para evitar dano ao ecossistema. Nós procuramos não agredir o senso estético das pessoas. Em áreas muito freqüentadas com um baixo nível de atividade biológica, os escaladores têm o encargo de carregar de volta suas fezes.

10. Nós mantemos o local de acampamento limpo, evitando gerar lixo tanto quanto possível ou dispondo dele adequadamente. Todos os materiais de escalada – cordas fixas, barracas e garrafas de oxigênio – devem ser removidos da montanha.

11. Nós mantemos o consumo de energia no mínimo. Especialmente em países com falta de lenha, nós evitamos ações que possam contribuir para a destruição das florestas. Em países com florestas ameaçadas, nós precisamos levar combustível suficiente para preparar comida para todos os participantes da expedição.

12. Turismo de helicóptero deve ser minimizado onde for prejudicial à natureza ou à cultura.

13. Em conflitos sobre matérias de acesso, proprietários de terra, autoridades e associações devem negociar soluções satisfatórias para todas as partes.

14. Nós temos papel ativo na implementação de regulamentos, especialmente dando publicidade a eles e implementando a infraestrutura necessária.

15. Ao lado de associações de montanhismo e outros grupos de conservação, nós somos proativos a nível político no que diz respeito à proteção de habitats naturais e do ambiente.

Artigo 8 – Estilo

MÁXIMA

A qualidade da experiência e a forma como resolvemos o problema é mais importante do que se o resolvemos. Nós nos esforçamos por não deixar rastros.

1. Nós almejamos preservar o caráter original de todas as escaladas, em especial aquelas com importância histórica. Isso significa que os escaladores não devem aumentar a quantidade de proteções fixas em vias existentes. A exceção é quando há um consenso local – incluindo a aprovação dos conquistadores – para mudar o nível de proteções fixas por meio da colocação de novas peças ou da remoção de proteções existentes.

2. Nós respeitamos a diversidade de tradições regionais e não tentaremos impor nosso ponto de vista a outras culturas de escalada – nem aceitaremos os valores de outros impostos sobre os nossos.

3. Rochas e montanhas são um recurso limitado para aventura que deve ser compartilhado por escaladores com os mais diversos interesses e por muitas gerações que virão. Nós entendemos que gerações futuras precisarão encontrar suas próprias NOVAS aventuras dentro desse limitado recurso. Nós tentamos desenvolver paredes ou montanhas de uma forma que não roube a oportunidade do futuro.

4. Em uma região em que grampos são aceitos, é desejável que sejam mantidas vias, seções de morros ou morros inteiros livres de grampos de maneira a preservar um refúgio para aventura e para mostrar respeito pelos diversos interesses de escalada.

5. Vias com proteções naturais podem ser tão divertidas e seguras para escaladores recreativos quanto vias grampeadas. A maior parte dos escaladores pode aprender a colocar proteção natural segura e todos devem ser educados para o fato de que isso proporciona aventura adicional e uma experiência rica e natural, com segurança comparável, uma vez aprendidas as técnicas.

6. Em caso de grupos com interesses conflitantes, os escaladores devem resolver suas diferenças através de diálogo e negociação para evitar que o acesso seja ameaçado.

7. Pressões comerciais nunca devem influenciar a ética de escalada de uma pessoa ou de uma região.

8. Bom estilo em alta montanha implica no não uso de corda fixas, drogas de aumento de performance ou oxigênio engarrafado.

Artigo 9 – Conquistas

MÁXIMA

A conquista de uma via ou de uma montanha é um ato de criação. Ela deve ser feita em bom estilo de acordo com as tradições da região e devem mostrar responsabilidade com a comunidade de escalada local e com as necessidades dos escaladores futuros.

1. Conquistas devem ser ambientalmente responsáveis e compatíveis com regulamentos locais, com as vontades dos proprietários dos terrenos e com os valores espirituais da população local.

2. Nós não vamos desfigurar a rocha por meio da quebra ou da adição de agarras.

3. Em regiões alpinas, as conquistas devem ser feitas exclusivamente guiando (sem peça pré-fixada acima).

4. Uma vez respeitadas as tradições locais, cabe ao conquistador determinar o nível de proteções fixas em suas vias (levando em consideração as sugestões do artigo 8).

5. Em áreas designadas como reservas selvagens ou naturais por administradores ou pelo comitê de acesso local, grampos devem ser limitados ao mínimo absoluto para preservação do acesso.

6. Cavar buracos e bater grampos durante a conquista de vias em artificial deve ser mantido em um mínimo (grampos devem ser evitados mesmo em ancoragens de paradas, a menos que sejam absolutamente necessários).

7. Vias de aventura devem ser deixadas tão naturais quanto possível, contando com proteção móvel sempre que viável e utilizando grampos apenas quando necessário e sempre sujeitando-se às tradições locais.

8. O caráter independente das vias adjacentes não deve ser comprometido.

9. No relatório de conquistas, é importante relatar os detalhes com a maior precisão possível. A honestidade e a integridade de um escalador serão presumidas a menos que haja evidência comprometedora.

10. Altas montanhas são um recurso limitado. Nós encorajamos os escladores a utilizarem o melhor estilo.

Artigo 10 – Patrocínio, Propaganda e Relações Públicas

MÁXIMA

A cooperação entre patrocinadores e atletas deve ser uma relação profissional que sirva aos melhores interesses dos esportes de montanha. É responsabilidade da comunidade de esportes de montanha, em todos os seus aspectos, educar e informar tanto a mídia como o público de uma maneira proativa.

1. Compreensão mútua entre o patrocinador e o atleta é necessária para a definição de objetivos em comum. As muitas facetas dos esportes de montanha requerem a identificação clara da especialização tanto do atleta quanto do patrocinador para maximizar as oportunidades.

2. Para manter e melhorar seus níveis de performance, escaladores são dependentes de um contínuo suporte de seus patrocinadores. Por esta razão, é importante que os patrocinadores mantenham a cobertura de seus parceiros mesmo após uma série de falhas. Sob nenhuma circunstância pode o patrocinador pressionar o escalador a obter resultados.

3. Para estabelecer uma presença permanente em toda as mídias, canais claros de comunicação devem ser organizados e mantidos.

4. Escaladores devem se esforçar em relatar suas atividades realisticamente. Um relatório preciso melhora não apenas a credibilidade do escalador, mas também a reputação pública de seu esporte.

5. O atleta é responsável em última instância por representar ao patrocinador e à mídia a ética, o estilo e a responsabilidade ambiental estatuída na Declaração do Tirol.

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