Dentre tantos assuntos possíveis, resolvi começar 2011 falando de aventura. Aventura com segurança.Com o grande incremento do ecoturismo e do turismo de aventura no país cresceram também os relatos de acidentes decorrentes da desqualificação dos profissionais e empresas que oferecem seus serviços para o público.
Afinal, como saber se o guia que você está utilizando está tecnicamente qualificado para oferecer seus serviços, se a empresa é certificada ou se os equipamentos de segurança são adequados e estão em condições ideais de uso?
Em levantamento feito pelo Instituto Hospitalidade em 2005 verificaram-se o seguintes dados:
- 57 ocorrências válidas, com 82 vítimas;
- cerca de 60% dos acidentes aconteceram com pessoas do sexo masculino;
- falhas humanas apareceram como o principal fator de ocorrência de acidentes;
- 51% dos praticantes de atividades turísticas de aventura preferiram a prática por conta própria;
- o procedimento mais comum de socorro foi, geralmente, no próprio local e
- 40% das vítimas foram encaminhadas ao hospital;
- a principal conseqüência foram lesões leves, sem necessidade de hospitalização, mas
- constatou-se um índice de 4% de mortes ocorridas no local do acidente (!).
Para o Inmetro a segurança no turismo de aventura envolve os prestadores de serviços, os clientes, procedimentos, sistemas de gestão das empresas prestadores de serviços, logísticas locais para buscas e salvamentos e atendimentos médicos, dentre outros, e os riscos são minimizados pela capacitação das empresas, dos profissionais e também por uso de equipamentos seguros.
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura e Ecoturismo - ABETA o turismo de aventura caracteriza-se pela oferta comercial de atividades voltadas, principalmente, para pessoas que ainda não têm aptidão no esporte, havendo necessidade de serem conduzidas, acompanhadas ou introduzidas na atividade.
A associação reconhece que há uma relação de consumo entre cliente e fornecedor - tradução: aplicam-se as normas do Código do Consumidor - e que nas atividades de aventura existem riscos avaliados, controlados e assumidos.
A associação reconhece que há uma relação de consumo entre cliente e fornecedor - tradução: aplicam-se as normas do Código do Consumidor - e que nas atividades de aventura existem riscos avaliados, controlados e assumidos.
É importante considerar que este risco deve ser claramente informado por quem oferece o serviço e assumido igualmente por aquele que o contrata.
No Brasil muitos segmentos do esporte de aventura sem natureza comecial já estão bastante organizados, inclusive com reconhecimento internacional, e investem continuamente na conscientização e qualificação da segurança da atividade pelos praticantes. É o caso, por exemplo, do montanhismo e escalada, que já possui até mesmo uma confederação nacional, a CBME.
No que tange às entidades não comerciais uma ONG - a Associação Férias Vivas – foi constituída com o objetivo de divulgar a segurança e a prevenção de acidentes em atividades de lazer e turismo.
Por estes e outros motivos há algum tempo o governo vem debatendo com a sociedade civil sobre a regulamentação dos esportes de aventura, o que levou o Ministério do Turismo a criar o Projeto de Normalização e Certificação em Turismo de Aventura, para identificar os aspectos críticos da operação responsável e segura dessa modalidade de turismo, além de subsidiar o desenvolvimento de um sistema de normas para as diversas atividades que compõem o setor.
Por estes e outros motivos há algum tempo o governo vem debatendo com a sociedade civil sobre a regulamentação dos esportes de aventura, o que levou o Ministério do Turismo a criar o Projeto de Normalização e Certificação em Turismo de Aventura, para identificar os aspectos críticos da operação responsável e segura dessa modalidade de turismo, além de subsidiar o desenvolvimento de um sistema de normas para as diversas atividades que compõem o setor.
Também já se encontra disponível a possibilidade de certificação de segurança voluntária dos prestadores de serviços de ecoturismo e turismo de aventura, o que se dá mediante um processo de avaliação da conformidade, regulado pelo Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC).
Para tanto o Inmetro publicou, de acordo com os requisitos da norma ABNT NBR 15331, o regulamento de avaliação da conformidade de sistema de gestão da segurança em turismo de aventura, de acordo com a Portaria 159/2006 (veja ao final deste post).
Por tudo isto começe seu 2011 com o pé direito, cuidando antes de mais nada da sua segurança e daquela de quem está com você. Lembre que o risco em uma atividade que envolva aventura deve ser sempre previamente identificado, avaliado e, se for o caso, assumido, adotando-se todas as regras de prevenção e segurança. E o primeiro responsável por isto é VOCÊ! Para tanto o Inmetro publicou, de acordo com os requisitos da norma ABNT NBR 15331, o regulamento de avaliação da conformidade de sistema de gestão da segurança em turismo de aventura, de acordo com a Portaria 159/2006 (veja ao final deste post).
Nesta linha, quando se tratam de serviços de natureza comercial, o Ministério do Turismo (MTur) e o Sebrae Nacional, em parceria com a ABETA, por meio do Programa Aventura Segura, estão atuando para que o segmento de aventura se consolide no país como atividade segura para turistas brasileiros e estrangeiros. O programa Aventura Segura é voltado para o fortalecimento, qualificação e estruturação do ecoturismo e o turismo de aventura no Brasil e tem como foco iniciativas voltadas para o desenvolvimento com qualidade, sustentabilidade e segurança. O serviços a ele associados podem ser identificados por um selo próprio igual à imagem que abre esta postagem.
Ao praticar uma atividade que de algum modo envolva risco para a saúde e a vida e não possuir os conhecimentos técnicos necessários, busque um guia ou uma empresa idôneos e, preferencialmente, certificados quanto à segurança dos serviços prestados.
Mesmo que esta certificação seja voluntária e não obrigatória por parte dos prestadores de serviço, ela demonstra que o profissional ou a empresa estão preocupados com a sua segurança e preenchem os requisitos necessários para oferecer um serviço que envolve risco para a sua saúde e para a sua vida.
Além disso os guias e empresas associados ao Programa Aventura Segura também devem obedecer aos padrões de segurança estabelecidos para o setor e verifique isto quando for contratar algum tipo de serviço.
Pergunte antes se o serviço possui certificação de segurança ou o se está associado ao programa Aventura Segura. Caso contrário, busque o máximo de informação e referências quanto ao profissional ou empresa contratado pois é a sua própria vida que estará em jogo.
E, por fim, lembre-se que à toda prestação de serviços com natureza comercial aplicam-se as disposições do Código do Consumidor.
No mais, boas (e seguras) aventuras e um Feliz 2011!
PARA SABER MAIS:
- Entenda o Programa Aventura Segura
- Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura e Ecoturismo - ABETA
- Associação Férias Vivas
- Acidentes em Turismo - Cuidado! (artigo jurídico)
- CBME - Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada
- Portaria INMETRO / MDIC nº 159 de 29/06/2006 - Aprova o Regulamento de Avaliação da Conformidade para Sistema de Gestão de Segurança em Turismo de Aventura
- Instituto Brasileiro de Hospitalidade Empresarial
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